terça-feira, 8 de novembro de 2011

Em torno do Alicante





Há dias dizia-me um amigo, que vai dando uma olhadela ao blog, que importa preservar o encontro desta rapaziada que às quartas vai perorando sobre isto e aquilo, gajas, literatura, cinema (agora com o Gil dispensámos o telecine e pedimos os filmes das nossas vidas, que aparecem na semana seguinte), de gajas, de gajos, de fado...
Cá vou registando pequenos nadas que vão fazendo a grandeza dessas quartas que no espectro electromagnético vão arranjando um cantinho para da lei da vida se irem libertando. Pois bem, numa das últimas sessões saiu à baila um azeite que no pão da casa fez a delícia dos tertuliantes. Sem nada combinado o Afonso apresentou um Alicante Bouschet, monocasta, julgo que da Adega de Pegões, não posso afirmar(se não for, que fosse, pois vai ficar registado como tal). Claro que quando trazemos um vinho para prova, a preços que a crise vai permitindo (aí pelos 4/5 euros), esforçamo-nos para fazer valer a qualidade do produto. Pelo sinal, bem interessante. Relação qualidade/preço acima de qualquer suspeita.
De qualquer forma eu disse que, para mim, Alicante era mais para o Torrão. Passado algum tempo, já a conversa seguia outro rumo, quando o Jorge, alheado, atira para a mesa:
- Mas é o Torrão que é de Alicante ou Alicante é que é do Torrão?
Aí o Botas não perdeu a oportunidade de atacar violentamente, dizendo:
- Ai se fosse eu a proferir uma barbaridade dessas...
O francês, atento como sempre, fazendo aquele vai-vem com o dedo médio da mão direita hirto (em postura marsapial), na direcção da boca(em pose vaginal), dispara:
- O velho mau não te largava...
O Jorge puxou da garrafa para refrescar a testa e foi dizendo
- Bom, bom...Hoje os rapazes estão muito solidários...

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