domingo, 4 de julho de 2010

O Amaro, o Azeite, e o Nosso Senhor dos Aflitos


Ainda sobre Olhão, e da mesma fonte da carta do marítimo, segue esta história e foto:
"O Amaro era um marítimo que nos seus últimos anos ganhava a vida apanhando as "cascas" do choco que geralmente era desperdiçado por todos. Certo é que estas "cascas" depois de moídas eram comercializadas.
O Amaro era também muito religioso e todos os dias ia ao Senhor dos Aflitos (nas traseiras da Igreja Grande) rezar. O sacristão, que gostava de fazer partidas aos mais simples que, como o Amaro, lá iam rezar e pedir, resolveu um dia brincar com ele.
Assim, ficou à espera que ele lá chegasse e começasse com os seus pedidos íntimos ao Senhor.
Quando este terminou e voltou as costas para se ir embora, o sacristão escondido por trás do Senhor dos Aflitos, fazendo voz de alma-penada-do-outro-mundo diz:
- Vê lá se para a próxima trazes um litrinho de azeite!
Lembramos que na época a iluminação não era eléctrica e o azeite era usado para, em lamparinas próprias, iluminar os santos. Era por isso, frequente os fiéis fornecerem o azeite.
O Amaro voltou-se, espantado com a voz do outro mundo, e olhando para o Senhor dos Aflitos, respondeu:
- Entãããã? Nã me digas que também te ofereceram uma teca de peixe espada p'ra fritar!..."

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