Não resisto a publicar este excerto. Que me perdoe o autor. Dir-lhe-ei em tempo. O livro vai sair em breve.Estas lendas ~fazem parte parte do nosso imaginário..
“Estes calores são de mais, o tempo vai mudar, ora se vai… sinto-me assovacada por uma forte dor nas cadeiras, as minhas cruzes latejam que nem pandeiros”, disse Maria Pingalha. Maquinalmente alisou a cabeça e, de seguida, o seu branco e ralo cabelo enrolou, um carrapicho embaraçou e, lá no alto, o prendeu com pretos ganchos que da boca retirou sem se deter. Sim! Ela sem se deter assim continuou. “Sabem a última novidade? Ontem, noite de lua cheia e a altas horas, foi olhado um lobisomem horrendo! Um lobo preto e feroz que vagueava p’lo Alto da Caganita. Dizem que era a alma penada do João Malcriado da Cova da Onça que andava a espiar a ruindade!”. “Oh que horror! Santo Cristo nos valha!, e se se arrima ao Largo de São Pedro, quem o apazigua?”, carpiu Pisca Pêdioca. Logo disponível Xaroca Azul encomendou, “Só o nosso vizinho, o corpanço Chapa d’Aço que lhe sobra tento para o esganar! A avantesma com corpanzil de lobo, tem que padecer de uma sangria de jorro para que lhe seja quebrado o feitiço”. Maria Pingalha, aparvoada, esbugalhou um sim, amedrontada.
“Ah!, que as bentas tábuas do sacrário nos acudam!”, persignando-se rezou ais a beata do Pardal Preto.
A malta dizia lobisomem ou labesomem?
ResponderEliminarDita da forma correcta não corresponde à fonética farense. Enfim, um pormenor sem interesse numa estória bem relatada
havia os lobisomens e as "côcas"
ResponderEliminarPois bem, o excerto faz parte de um livro que Sérgio Matos, cidadão de S. Pedro, quer publicar. Temos que tertuliar a matéria.
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