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A amável confraternização da última quarta-feira foi superiormente convocada pelo Caló com uma apelativa mensagem de telemóvel que, depois de referir prova gustativa, dizia que o cozido de grão no osso de presunto estava de assobios. Compareceram à hora marcada - o serviço seria a partir das 19,30 h - este que está escrevendo, o Botas, que vinha da sua hora de marcha no estacionamento do Teatro Municipal e o Jorge Leiria que teve de deslocar-se a casa, por problemas na canalização. O Grosso viria muito mais tarde, artilhado de azeitona preta, pequena, feita a gosto dos tertuliantes presentes, que logo colocaram de lado a azeitona britada, salgada para a idade do pessoal, que o taberneiro serviu nas entradas, juntamente com queijinho fatiado e torresminhos fritos a preceito. É pouco bom, é!
Bastou pequena troca de palavras para se verificar que o Caló não havia provado o grão, nem nada que se parecesse, pois o rapaz estava ainda a contas com o cozido à portuguesa, com todos os matadores, material do combate que teve ao almoço.
Estaria também às voltas com a canalização...
Convenhamos que para rapaziada já a caminho dos 60, dois combates num mesmo dia com tais ingredientes deixam qualquer um em estado de prostração, só de pensar na trabalheira digestiva que os produtos exigem.
Foi servido o grão...Divinal...Nem o pequeno toque de ranso lhe faltava... O Jorge procurava com afã o toucinho da papada que cortava em fatias finas, com a naifa da tertúlia. Depois colocava no pão, espremia com o garfo e deliciava-se, apesar da contínua necessidade do recurso à limpeza sudorífica com que andropausa espreitadora vai chateando um homem quando menos se espera...
Entretanto chegou o Caló. A cara de sofrimento com que se apresentou logo se aliviou quando, já em hora de sobremesa se passou aos digestivos. Não perdoou o whisky da praxe, apesar de ter em cima da mesa um Brandy Borges, seguramente com 40 anos, que este escriba apresentou.
Já na hora da debandada claro que apareceu a viola. Aí, depois de um fado coimbrão superiormente cantado pelo Grosso, com dedilhados sevilhanos, recitei a grande quadra pinguça, que me faz sempre lembrar o meu amigo Cerdeira
-Se los rios fueram viño
-Aguardente todo el mar
-yo no me quedaria em terra
-yo me iria a navegar.
(O espanholês deve estar mal. Paciência. Conta a intenção.)
O taberneeiro João vai-se aproximando põe aquele braço cúmplice no meu ombro e, chegado o momento do refrão, entra com toda a cagança:
perimquimpero, perim, perim
perimquimpero, perim, perim..
......
E a malta olhou-se e lá foi inovando no perom pom pom...
Só falta ilustrar.
Augusto Miranda
PS: Botas, a colocação do post do vinho-medicamento deu uma trabalheira maluca. Tive de frequentar uma acção de formação.
...-
Moss Caló, quando ilustrares, corrige a prache do whisky. O acordo ortográfico continua a "praxar".
ResponderEliminarAugusto